PT   EN









Apoios

 


GT1 GT2 GT3 GT4 GT5 GT6 GT7 GT8 GT9 GT10 GT11

GT5.
Inventariação, recolha e informação sobre materiais cerâmicos

Coordenação Profª Dra. Ana Velosa

Introdução Produção Cerâmica em Portugal Cerâmicos em estudo Métodos de ensaio
aplicados

Portugal é privilegiado nas suas matérias-primas para a produção de cerâmica, com destaque nas regiões Norte e Centro. A partir do séc. XVIII, torna-se pioneiro na produção e exportação, iniciando o fabrico pelo grés e faiança comum. Incentivado pelo período pombalino, o artesanato deu lugar a complexos fabris proporcionando o aumento e variação da produção.

Em tempos, o trabalho artesanal do barro vermelho ou branco era prática corrente, dando posteriormente lugar à produção industrial. Todavia, é importante salientar que a industrialização não conduziu ao término do artesanato, até porque muitas fábricas foram apenas vastas oficinas que produziam de acordo com a sua potencialidade. A informação existente relativa à indústria cerâmica portuguesa data do séc. XVIII, sendo obtida através da Junta do Comércio, órgão que coordenava as atividades económicas da época, e que reuniu diferentes informações relativas à produção das fábricas existentes na altura através da elaboração de estatísticas e inquéritos sobre a manufatura. Deste modo, foi possível verificar que a produção da cerâmica ascendeu a diferentes níveis em Portugal, sendo a região Norte precursora do património cerâmico estrutural, utilitário e decorativo, registando o concelho do Porto a fábrica mais antiga, a de Massarelos, que iniciou o seu período de laboração em 1763.

Da análise documental sabe-se que entre os sécs. XII e XVIII existiram várias olarias em locais como: Miranda do Corvo, Molelos, Vilar de Nantes, Bisalhães, Ovar, entre outros, iniciando a sua decadência em meados dos sécs. XIX e XX. Como a Olaria não foi vista como uma arte maior, a informação torna-se um pouco escassa relativamente ao tipo de loiça que produziam e às técnicas utilizadas. Com a industrialização surgem as fábricas, com maior destaque para a zona Norte de Portugal. A fundação das fábricas divide-se em quatro períodos: o período pombalino (1755 a 1776), perto da data de criação da Junta do Comércio; o período de 1777 a 1800, período da “viradeira”; de 1801 a 1810, primeira década do séc. XIX, até assinatura do tratado comercial com a Inglaterra e quando ocorreram as invasões napoleónicas que tiveram grande impacto a nível da indústria; e, por fim, o período de 1811 a 1813, que envolve fábricas licenciadas. Na zona de Gaia, destacaram-se distintas fábricas: a fábrica de Miragaia (1755), do Cavaquinho (uma de faiança comum, outra de faiança fina ou pó-de-pedra, em 1780 e 1787, respetivamente), Santo António de Vale de Piedade (1785) e Afurada (1789). Juntamente, surgiram mais algumas fábricas, situadas em Ermesinde, como a Empresa de Cerâmica de Ermesinde, e em Matosinhos. Em 1824, iniciam a laboração a fábrica da Fervença e a fábrica do Monte Cavaco e, posteriormente, entre 1835 até 1850 abrem várias fábricas, nomeadamente a fábrica da Bandeira, a fábrica das Palhacinhas, a fábrica do Alto da Fontinha, a fábrica da Rua do Sol, a fábrica do Carvalhinho e a fábrica da Torrinha.

Apesar das olarias darem lugar a muitas fábricas, devido à necessidade de melhorar a produção a nível da sua qualidade e quantidade, evoluindo para uma escala industrial, o ofício dos oleiros é o mais antigo método de produção através do barro e da argila, existindo ainda quem se dedique a este ofício [Moutinho et al., 2017].

Imagem relacionada

Antiga Fábrica Jeronymo Pereira de Campos, produtora de cerâmica, Aveiro