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GT4.
Inventariação, recolha e informação sobre argamassas e revestimentos

Coordenação Engª Rosário Veiga

Introdução Argamassas
caracterizadas
Argamassas
em estudo
Métodos de
ensaio para argamassas

Têm vindo a ser analisadas por vários grupos de investigação argamassas antigas de diversas épocas – desde o período romano – a partir de cerca do séc. I d.C. – até ao período modernista – meados do século XX – incluindo argamassas de todos os períodos intermédios, com especial destaque para os séculos XVII a XIX. O levantamento e análise desses trabalhos, realizado no âmbito do projeto [Velosa e Veiga, 2016; Damas et al., 2016], permitiram uma visão de conjunto que evidenciou diversos aspetos. Os conhecimentos técnicos, por um lado, as “modas” e gosto, por outro, e o tempo decorrido, com as consequentes transformações sofridas pelas argamassas, são determinantes nas características obtidas.

Além do período temporal, tem-se verificado a variação das composições e características com o tipo de edifício, com distinção entre os edifícios monumentais, principalmente os de carácter militar ou religioso, com argamassas com mais ligante, melhores misturas de agregados e trabalhos mais cuidados; e os edifícios de utilização civil, em particular os mais populares, onde existe sempre a preocupação de usar matérias-primas facilmente disponíveis nas proximidades e se recorreu a uma mão-de-obra com menor formação.

Também a localização dos edifícios, principalmente nos menos “ricos”, condiciona as matérias-primas de base, em particular o tipo de cal e os agregados.

A abundância de matérias-primas locais favorecia a sua utilização como ligante ou agregado nas argamassas. Esta situação é particularmente evidente na Época Romana, com a utilização de cerâmico moído (ao invés de pozolana natural) no Opus Signinum e durante as várias épocas nas ilhas dos Açores e da Madeira, nestes casos com o privilégio da utilização de agregados vulcânicos e pozolana. Estas argamassas, com características hidráulicas e coeficientes de capilaridade muito reduzidos, mostram grande durabilidade.

O uso de cal aérea dolomítica, em vez ou em conjunto com a cal aérea calcítica, em algumas zonas do Pais, a partir do século XVII, nomeadamente no Alentejo e em Coimbra, mostra também a adaptação das tecnologias ao uso dos materiais locais.

Verifica-se o uso generalizado da cal aérea através das várias épocas, com uma alteração gradual desse paradigma no século XX, quando se inicia a utilização do novo ligante, o cimento, em edifícios monumentais, potenciado por arquitetos com vontade de implementação de novos materiais e tecnologias. Este material altera completamente as características químicas, mecânicas e físicas dos novos revestimentos.

  

Amostra de argamassa, onde é visível a presença de várias camadas de argamassa e uma camada de pintura.

     

Amostras de argamassa romana.